O último discurso

25 03 2011

Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio… negros… brancos.

Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.  A cobiça envenenou a alma dos homens… levantou no mundo as muralhas do ódio… e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem… um apelo à fraternidade universal… à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora… milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas… vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia… da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais… que vos desprezam… que vos escravizam… que arregimentam as vossas vidas… que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar… os que não se fazem amar e os inumanos!

Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, ms dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela… de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo… um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!

Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!

Charles Chaplin





Um pouco de tudo de 2010

30 12 2010

Sem dúvidas, 2010 foi um ano que aconteceu mais coisas boas que o esperado, e terminou com saldo positivo. Como todos os anos têm seus altos e baixos, diria que teve muito mais altos do que nos anos anteriores.

Dizem que o ano começa só depois do carnaval. Eu concordo às vezes, mas outras não, pois você só tem férias em seu trabalho por no máximo 30 dias. O resto você tem que trabalhar. Por outro lado, antes do carnaval não aconteceu nada significativo a ponto de lembrar.

Não viajei no carnaval, mas fui ver o show do Fresno. Sim, aquela banda de rock, intitulada emo às vezes. Apesar de tudo ainda gosto do som deles. De resto, vi nos melhores momentos o meu Gaviões desfilar em São Paulo, só para cumprir a tradição.

Viva o Centenário do Sport Club Corinthians Paulista! Como eu poderia deixar de esquecer de tal fato importante para este ano que nos rendeu risos, vitórias, Ronaldo. Mereceu o primeiro lugar no brasileirão, mas ganhou o terceiro na última rodada. Tudo bem, temos a Libertadores pela frente.

Além do centenário do Timão, este ano tivemos o centenário do nascimento do sambista paulista e  meu conterrâneo Adoniran Barbosa, que nos rendeu um programa especial de rádio como trabalho no estúdio da UNIP e também, o centenário de Noel Rosa.

Como uma boa e exemplar jornalista, passei um sábado na Bienal do Livro que ocorreu no Anhembi, em São Paulo, com a minha amiga Lu. Andamos muito, vimos famosos, celebridades, livros. Encontramos lá até o Leandro do KLB, em puro auge na campanha eleitoral para deputado estadual, e aproveitamos para tirar uma foto com ele.

Este ano também foi marcado por shows internacionais. Em qualquer data, bandas e cantores marcavam suas turnês passando pelo Brasil e os ingressos acabavam rápido. Foi árduo de conseguir um lugar em algum show. Neste ano, fui ao primeiro festival de rock no país, que é a primeira edição do SWU Brasil, Starts With You, que teve duração de três dias na Fazenda Maeda em Itu, interior de São Paulo, e se apresentaram em torno de setenta atrações.

No SWU, teve a apresentação de bandas como Rage Against the Machine, The Pixies, Sublime With Rome, Dave Matthews Band, Kings of Leon, Incubus, Cavalera Conspiracy, Linkin Park, Avenged Sevenfold, Queens of the Stone Age, entre outros. Fui no dia do metal para ver basicamente Linkin Park e Avenged Sevenfold, mas acabei morrendo de amores pelo QOTSA. Foi indescritível esse dia com a galera. Foi demais ver minhas bandas preferidas bem na minha frente, e bem ao lado da minha casa. Um sonho que se tornou realidade.

Ainda sobrou tempo de ir para a praia no feriado de Novembro, e foi a primeira vez que eu acampo, e amei! Ficamos nas praias de Itaguá, Tenório, Vermelhina e Praia Grande em Ubatuba. Nadei no fundo do mar, comemos muito camarão, fizemos uma cabana para nossas barracas, rodízio, passeios, caminhamos nas pedras, curtimos a natureza.

Típico para um ano par para os supersticiosos, por um ano de eleições e Copa do Mundo, apesar da derrota da seleção na Copa, o ano foi mais tranquilo e com muitas energias positivas, bem como as energias serão para o próximo ano que está chegando.

Daniele B. Rodrigues





O primeiro festival de música ninguém esquece

19 10 2010

O SWU Music and Arts Festival – nome em inglês que significa “Começa Com Você” em português – aconteceu nos últimos dias 9, 10 e 11 de Outubro na Fazenda Maeda, na cidade de Itu, no interior de São Paulo. A primeira edição do festival trouxe a ideia de promover a atenção das pessoas na sustentabilidade e tudo o que a envolve, desde o reaproveitamento e reciclagem de materiais até a exploração de diferentes fontes para fornecimento de energia.

Muitas ideias utilizadas antes, durante e depois do festival foram válidas, porém outras muito criticadas no que diz respeito aos patrocinadores, ausência de cestos de lixo na Arena Maeda e a sujeira que ficou o local depois de uma maior movimentação. É inevitável dizer que ocorreram falhas sim no quesito do objetivo do festival, mas foi possível ver as turbinas eólicas ao entrar no evento e pessoas pedalando as bicicletas ao lado da roda gigante para gerar energia para carregar o celular.

Ao olhar de um lado: fila para comer na praça de alimentação ao lado da tenda Greenpeace de música eletrônica, fila para ir ao banheiro e fila para pegar fichas. Do outro lado, fila para andar na roda gigante; e um pouco mais pra trás, a insuperável e imensa fila para entrar. Há relatos de espera de até 4 horas para adentrar o festival. Foi uma falha da organização sim, mas os colaboradores fizeram de tudo para agilizar o atendimento. Ainda assim, a fila da entrada gerou muitas críticas, assim como para quem foi tomar um banho no camping de 7 minutos esperou mais de 2 horas.

Por outro lado, o que roubou a cena mesmo no SWU foi a qualidade das bandas e cantores que participaram do evento tocando nos palcos água, ar e Oi Novo Som. Nomes como Rage Against the Machine, Dave Matthews Band, Pixies, Linkin Park, Queens of The Stone Age, Avenged Sevenfold, Joss Stone, Cavalera Conspiracy, Los Hermanos e Kings of Leon passaram pelos palcos mais comentados na mídia atual. Aos amantes do rock’n’roll, do metal ao indie, o SWU não deixou a desejar.

De fato, organizar um festival dessa grandiosidade no Brasil não é fácil, mesmo tendo como molde os padrões dos festivais internacionais, a cultura é diferente, as atitudes são diferentes. Tudo isso trouxe e ainda trará muitas lembranças aos que estavam presentes.





Papel da cultura erudita para a cultura brasileira atual

16 05 2010

  Segundo o dicionário, o termo “cultura” é definido por aquilo que uma pessoa sabe, conhecimento e costumes de um povo ou comunidade, e ação de plantar algo. Alguns especialistas definem as vertentes de cultura com o que lhe é oferecido, como os programas de televisão para a massa, costumes de um determinado povo para uma comunidade e a cultura letrada para a classe média alta.

   A cultura elitista, intitulada como erudita, é oferecida para as pessoas de maior poder aquisitivo e que podem consumir os produtos que exploram o clássico e as artes, como revistas caras, acesso a livros que acrescentam conhecimento, freqüência em peças de teatro, cinema e intelectualidade para entender o que lhe é proposto na TV aberta e TV a cabo.

   De acordo com intelectuais, a cultura erudita é oposta à cultura de massa, uma vez que a segunda oferece ao público uma só idéia e quem escolhe a programação é a própria mídia por questões mercadológicas, ligadas principalmente à ascensão econômica das pessoas. A cultura erudita é ainda mais próxima à cultura popular, mas o que as diferencia é que a popular se passa por tradição familiar ligada ao local onde vivem, e não é aprendida em academias ou escolas.

   Porém, cada vez mais a cultura erudita está atingindo diferentes públicos da sociedade brasileira. Pode-se confirmar sua inserção na vida dos brasileiros através da maior facilidade em encontrar programas de televisão que desperte a vontade de estudar sobre um determinado assunto que gere diferentes conhecimentos, como o propósito da TV Cultura e Futura, e também o baixo valor para entrar em Museus e Centros Culturais. Sem contar que alguns deles podem entrar gratuitamente, como é o caso da CPFL Cultura, eventos da Fnac, Itaú Cultural, Caixa Cultural, que promovem palestras, debates, exposições, entre outros.

   Em várias localidades é apresentado nos grandes pátios Orquestras Sinfônicas abertas para o público, festivais de músicas e diferentes eventos promovidos pela Secretaria da Cultura das prefeituras. Universidades também promovem eventos culturais e científicos. Já as editorias consideradas como “precursoras” da cultura erudita, ainda estão pouco acessíveis para a maioria da população por seu valor final, porém os maiores jornais do Brasil são de mais fácil acesso.

Desta forma, a cultura erudita está abrindo espaço para todos os públicos na sociedade brasileira e trazendo a arte não só para o consumo, mas também para o conhecimento das pessoas. Basta a sociedade ter interesse em procurar algum desses locais para começar a vivenciar esse diferente tipo de conhecimento e acrescentar valores, fazendo com que cada um reflita sobre o que tem para aprender, e não mais somente o que lhe é oferecido.

Daniele Barquilia Rodrigues





Portas de entrada para o Jornalismo Ambiental

28 03 2010

Estudantes devem ter a transversalidade na opinião para conseguir um trabalho ou estágio na área

Daniele Rodrigues

Com o aumento das chamadas mídias especializadas, o curso de Jornalismo ganhou maiores abrangências técnicas e de conhecimento para ser passados aos leitores. Além disso, altera-se a função desses veículos midiáticos, promovendo mais a iniciação de temas científicos, a educação, a informação, e a integração do meio ambiente diretamente na vida das pessoas. Com isso, os estudantes do curso de Jornalismo de diferentes Universidades, possuem mais opções para escolher o que pretende seguir

Na Envolverde, uma agência de notícias socioambientais localizada em São Paulo, a maior parte do trabalho é realizada pelos freelancers. Para o editor da Envolverde há dois anos, Wilson Bispo, para entrar num veículo de comunicação ambiental, é necessário ter um abrangente conhecimento e preparação em geral, no ponto de vista cultural e específico. Ele também aponta que é necessário ter um instrumento técnico de linguagem, boa interpretação de texto e não ter um pensamento único. O jornalista ambiental precisa se preparar na temática do que está acontecendo no mundo. A preparação é a partir das informações que o estudante vai absorvendo ao longo do processo de aprendizagem.

A questão da transversalidade

A concepção de meio ambiente se modificou muito nos últimos anos. A diversidade de temas para se abordar o jornalismo ambiental vai além de cobrir notícias sobre a fauna e flora, pois fala-se do meio ambiente urbano e no trabalho.

A transversalidade da opinião é um dos requisitos fundamentais para trabalhar com o jornalismo ambiental, em que a abordagem ambiental é analisada de modo a atingir diretamente a vida das pessoas. O foco atual é abranger o social de vários assuntos diferentes, como por exemplo, analisar o lado social das editorias de economia, esporte, cultura, e todas as que dispõem de informações relevantes para a vida das pessoas.

De acordo com Wilson, se a abordagem for sobre informática, o jornalista pode analisar socialmente quem são os que fabricam e montam as peças, as condições de trabalho e tudo o que tem relação ao trabalho, afinal, cada editoria tem o seu lado socioambiental. Contudo, o jornalista sempre tem a necessidade de contatar boas fontes, que estão nos bons veículos de comunicação.

Especialização em Jornalismo Ambiental

O Instituto Envolverde promove congressos, fóruns e encontros socioambientais ao longo do seu trabalho, abrindo também, espaço para os que se interessam, ter o contato mais próximo possível com as pessoas que participam e que trabalham como freelancers da revista. Nesses eventos, Wilson ressalta que também é muito difícil fazer a cobertura por sempre estarem participando as mesmas pessoas, e às vezes, não tem novidade. É interessante para o estudante que tenha maior contato com tais pessoas que já são da área, para que futuramente ele possa ser indicado.

Porém, especializar-se em jornalismo ambiental não é um dos grandes requisitos para o estudante procurar, já que a vivência na área, a observação do mundo e a busca pelo tema podem contribuir bem mais. Os cursos tem por objetivo buscar o público que tem muito pouco contato com essa temática e querem trabalhar como comunicador da área. O curso mostra a importância do tema quando é um procedimento de trabalho específico da agência.

Entretanto, a especialização pode ser buscada nos entrevistados, para saber quais são as principais pessoas que possuem a autoridade para falar sobre o assunto.

A grande procura e o futuro da área

Na Envolvede, a procura dos alunos pela área tem sido grande, pois grande parte dos que procuram os veículos de comunicação, tem a visão socioambiental e já aprendem dentro da Universidade. A integração dos temas faz com que o aluno tenha a visão crítica do social e do antropológico.

Segundo Wilson, o futuro para o jornalista ambiental depende em qual diretriz o mercado vai crescer. A atual dificuldade dos veículos segmentados se manterem é financeiramente, pois são muito dependentes de patrocinadores, da publicidade. A maioria dos veículos foram para um nicho mais fechado, como por exemplo, abordando somente os assuntos de energia e clima.

Por enquanto, deve-se pensar que a cobertura seja melhor qualificada, para que se tenha o pensamento socioambiental sobre todas as pautas que forem cobertas.





A botânica desaportuguesada

30 09 2009

Sexta-feira, dia dos alunos do curso de Comunicação Social dos 4º Semestres entrarem no mundo dos números através da aula de Estatística. Mas, nessa mesma sexta-feira, uma das minhas melhores amigas, a Luana, completou seus 21 anos e fui convidada pela minha outra amiga, a Carol, para assistir uma aula no curso delas.

Elas estão também no 4º Semestre do curso de Ciências Biológicas e naquele mesmo dia, elas iam para o laboratório de biologia para a aula de botânica. E eu fui, prestei atenção na aula e ajudei as minhas amigas com as “lâminas”.

Como boa jornalista, não poderia deixar de prestar atenção aos textos fornecidos pela professora aos alunos, e reparar o quão confusos gramaticalmente e semânticamente eles estavam. “Ela é bióloga, e não uma jornalista ou linguista”. Eu pergunto, e daí? Todo professor, que está completando o doutorado como é o caso dela, tem a obrigação de apresentar um texto coeso e coerente, explicando as idéias de uma forma clara e não repleta de vírgulas, sem a interrupção respeitando o entendimento do texto em todos os sentidos.

Se a professora não passar a mensagem correta no papel e na explicação, nós não saberíamos se era para cortar o caule do “Guaco” em transversal ou longitudinal. Usando os termos da biologia, que na visão dos biólogos, são complexos por si só, não precisando de um contexto para inserí-los nem na explicação do conceito.

O resultado foi uma jornalista que aprendeu a cortar o caule e ver o xilema e o floema da planta pelo microscópio, mas não com tanta prática assim quanto eles. Sorte que eu não vou precisar decorar todos aqueles nomes científicos, procedimentos de pesquisa com plantas e ler aqueles textos, pois eu não ia entender nada mesmo. Eis que surge um futuro profissional da educação com deficiências em sua própria linguagem.





Aquecimento global e a saúde

19 07 2009

Como o aquecimento global interfere na saúde das pessoas

O alerta começou desde antes, mas o aquecimento global ficou em evidência quando foi preciso tomar alguma ação

O aquecimento global foi um assunto muito discutido nas últimas décadas através da mídia e pesquisas científicas a respeito do descongelamento das camadas polares do Ártico e o buraco na camada de ozônio, responsável pela radiação na superfície terrestre. A questão é que a causa do aumento da temperatura e suas conseqüências estão agindo contra o próprio homem.
Segundo Luana Neves Lima, estudante de Ciências Biológicas da Universidade Paulista de Campinas, “a emissão de poluentes na atmosfera causa inúmeros problemas para a saúde dos homens e do planeta, uma delas é a mudança climática. A Terra já está 0,7°C mais quente.” Algumas das conseqüências do aquecimento global para a saúde das pessoas é que alguns locais ficarão mais quentes ou frios que outros, haverá áreas de doenças tropicais como a malária e também influencia no clima para a agricultura no comércio e subsistência do homem.
Os gases emitidos pelas indústrias aumentam gradativamente o buraco na camada de ozônio, a qual tem importância fundamental para a vida no planeta. “É ela que absorve a radiação UV-B do Sol, não permitindo que esta radiação, prejudicial à vida, chegue até a superfície da Terra. A radiação UV-B é responsável por inúmeras seqüelas nos seres vivos. O câncer de pele é a doença mais citada, mas tem efeitos indesejáveis também na visão, que pode surgir a catarata, e tem influência negativa no DNA das células, diminuindo as defesas naturais do organismo”, afirma Luana.
Um dos principais problemas que o homem pode sofrer com essa alteração no clima são os problemas respiratórios. “O material particulado é o produto da combustão, quando queima-se qualquer combustível fóssil, uma parte vira gás e a outra, uma espécie de poeira fina, que consegue chegar dentro do pulmão, diferente da poeira grossa que nosso sistema respiratório consegue expelir. Outro poluente preocupante é o ozônio que causa uma série de efeitos irritativos no sistema respiratório”, diz Luana. Os agentes poluentes do ar são o gás carbônico, o monóxido de carbono e o ozônio. Desta forma, se aumentar a concentração de CO2 na atmosfera, acentua também o efeito estufa, que vai impactar na saúde de médio a longo prazo.
Para melhorar os problemas para a saúde humana e diminuição do aquecimento global, países estão adotando formas de utilização de fontes de energia renováveis como a solar, eólica e hidrelétrica. Outra iniciativa global foi o Protocolo de Kyoto, iniciada em Toronto, no Canadá, que visa a redução da emissão de gases poluentes que promovem o aumento do efeito estufa. Constitui-se de um acordo mais rígido entre os países para reduzirem, desta forma, o efeito estufa que é a causa do aquecimento global de acordo com pesquisas. O acordo visa também a reformulação dos setores de energia e transporte, promover programas de proteção de florestas e matas que utilizam o carbono e promover o uso de fontes energéticas renováveis. Desta forma, estima-se a redução de 5% na emissão de gases poluidores até 2012.
“Em menor escala, a população pode utilizar mais o transporte coletivo que pode ajudar a melhorar a qualidade do ar e contribuir para a saúde das pessoas, emitindo menos dióxido de carbono no ambiente”, afirma Luana.

Matéria por Daniele Rodrigues, escrita no mês de março de 2009.





As lembranças guardadas nos chips

9 07 2009

Remexendo em minhas matérias dos vestibulares e ensino médio, encontrei um texto um pouco antigo que saiu na Folhateen, mas que cabe ainda para os dias atuais. Reflita.

Um mundo sem memórias

Estamos correndo um grande perigo. Vamos virar uma geração sem memória. Pense bem. Qual foi a última vez que você revelou uma foto? Que ficou arrumando um álbum de fotografia? Que leu uma carta de amor? Quem é que vai se lembrar, no mundo digital, do que aconteceu na semana passada? Nossas memórias estão perdidas entre milhares de pixels e posts simplórios.

Hoje, quando uma foto fica ruim, você deleta. Ou seja, você não tem mais fotos ruins, aquela em que você estava com uma papada ou com um olhar de quem não sabia o que fazer.

A partir desta nova era, quase todas as fotos mostrarão os melhores momentos da humanidade. Mesmo que você esteja chorando, vai ser um choro incrível que você acha que deve ser guardado para a posteridade e publicado num fotolog.

Aquela foto que mostrava que você realmente era uma miserável irá parar no “deleted itens” com todas as suas imperfeições. Você não irá ocupar o seu cartão de memória com isso!

Fotos podem ser rasgadas, mas raramente fazemos isso. Preferimos escondê-las, e com o único objetivo, que elas sejam reencontradas em algum momento. Nuna mais vamos poder ficar rindo das poses horríveis que fizemos.

O mundo ficou mais sem graça.

Sim, o furor tecnológico nos leva a expor nossas vidas em blogs e scraps. Mas são nossas vidas cuidadosamente editadas por nós, protagonistas narcisistas. Não temos mais cartas de amor. Sim, existem os e-mails. Mas um dia seu computador dará pau e eles estarão perdidos. Adeus caixas com nossas memórias e bilhetes amassados.

Na época das cartas, você podia relê-las e se lembrar daquele pé na bunda que tomou. Sim, você pode guardar suas histórias de amor e desilusão num chip. Mas não vai ter aquele papel com escrita borrada porque você leu chorando.

O mundo ficou menos triste.

Isso sem falar dos aditivos das baladas, que fazem com que as pessoas façam de tudo e esqueçam tudo.

E naquele dia que você tomou umas a mais e esqueceu os acontecimentos da noite anterior? Bom, aí você pode esquecer os micos! E daquele pretê horrível que você agarrou, quando estava dançando possuída. Até que uma amiga te manda uma foto digital por e-mail!

E aí… você deleta.

Jô Hallack, Nina Lemos e Raq Affonso





Sem lenço, sem diploma

19 06 2009

Como de conhecimento, essa semana o Supremo Tribunal Federal votou contra o diploma da profissão de jornalista. O Jornalística está de luto pela decisão do governo pela proibição de informação de qualidade para a sociedade, privando-nos da possibilidade de trabalhar profissionalmente na área. Logo mais, terá um texto meu sobre isso. Enquanto isso, leiam e reflitam nesse maravilhoso texto.

 

Sem lenço, sem diploma

Paulo Freire, o grande educador brasileiro que é praticamente desconhecido no Brasil, sempre foi enfático com relação à alfabetização. “Não basta saber ler, é preciso saber ler o mundo”. Queria dizer com isso que aprender era coisa que ia muito além da compreensão sobre como se juntavam as letras. Era necessário estar capacitado também para uma leitura crítica do mundo. E como é que se consegue isso? Não basta unicamente estudar, ler, ter acesso a múltiplas fontes de informação, múltiplos pontos de vista. É preciso fundamentalmente saber de onde se é. E o que isso quer dizer? Que a pessoa precisa ter bem claro o lugar que ocupa no mundo, o que, no mundo capitalista, nos leva a uma compreensão da nossa posição de classe.

A votação sobre a não exigência do diploma para a profissão de jornalista, que aconteceu no STF brasileiro, diz bem desta questão. Ali estavam os senhores togados, representantes da classe dominante. São homens nomeados pelos presidentes de plantão para defender os interesses dos que mandam. Nada mais que isso. Vez ou outra acontece uma decisão com base na lei, mas sempre é coisa pequena, que não mexe nas estruturas, porque como bem diz o professor Nildo Ouriques, da UFSC, a democracia liberal é um regime sem lei. Neste modo de governo, as leis são mudadas ao bel prazer da minoria que tem o comando.

Vejamos os argumentos do ministro Gilmar Mendes para que a profissão prescinda de uma formação universitária: “Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área. O Poder Público não pode restringir, dessa forma, a liberdade profissional no âmbito da culinária. Disso ninguém tem dúvida, o que não afasta a possibilidade do exercício abusivo e antiético dessa profissão, com riscos eventualmente até a saúde e à vida dos consumidores. Logo, um jornalista não precisa de formação para fazer bom jornalismo.” Alguém entendeu?

Pois claro. Vamos supor que o que tivesse em questão fosse a necessidade de uma faculdade de Direito para que o juiz pudesse julgar a vida de outras pessoas. Poderíamos, qualquer um, argumentar o seguinte: “Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área. O Poder Público não pode restringir, dessa forma, a liberdade profissional no âmbito da culinária. Disso ninguém tem dúvida, o que não afasta a possibilidade do exercício abusivo e antiético dessa profissão, com riscos eventualmente até à saúde e à vida dos consumidores. Logo um juiz não precisa de formação para ser um bom juiz. Basta que ele tenha um bom senso de justiça e estude muito. “Simples não?

Num país onde a maioria da população, desprovida do acesso à cultura e a educação, que se informa pela Globo, este simplório argumento representa uma vergonha. E nos causa profundo pesar ouvir isso de alguém que está acima de praticamente todos os habitantes da nação, o presidente do STF. É um argumento anti-intelectual, anti-cultural, anti-vida.

Minha mãe era uma grande cozinheira, mas sua comida divina nos era servida em casa, para a família. Não estava ela inserida no sistema de super-exploração capitalista, atuando numa empresa transnacional, na qual imperam os conceitos de competição, baixos salários e disputas intestinas. Não estava ela submetida a patrões, organogramas e metas de produtividade. Não estava também integrada num regime de divisão do trabalho aos moldes de garantir maiores lucros aos patrões. Logo, a decisão tomada nesta quarta-feira pelo STF foi uma decisão de classe.

A defesa intransigente dos donos de jornais e empresários da comunicação que querem apenas gente minimamente capacitada para ler, não para ler o mundo. Porque o ser crítico, desejado por Paulo Freire, é um indivíduo perigoso demais. Ele reclama, ele reivindica, ele luta e ele ensina. A elite brasileira não quer isso para o seu povo. Há que mantê-lo sempre atado ao cabresto da ignorância, ao entretenimento, a mais-valia ideológica promovida pelos meios de comunicação de massa. Dá-lhe Big Brother, a Fazenda e outros quetais.

Voltando aos tempos do início do capitalismo

Quando a Idade Média terminou, foi-se chegando um jeito de organizar a vida que mais tarde viria a ser chamado de capitalismo. É o supra-sumo da liberdade, dizem os seus defensores. Nele, o trabalhador tem escolhas. Como era naqueles dias em que as fábricas passaram a dominar a vida. O povo empobrecido dos burgos tinha como escolher: ou se submetia a trabalhar vinte horas em condições insalubres e de quase escravidão, ou estava morto. Grande escolha.

Agora, no mundo capitalista da mídia selvagem e cortesã estamos no mesmo patamar. Os profissionais não precisam de formação específica, só vocação. Depois, uma vez dentro da empresa terão escolhas. Ou se submetem a salários mais baixos, condições precárias, opressão, assédio moral e tudo o que vem de lambuja no processo de super-exploração, ou não entram nesta profissão tão simples quanto fritar um bife.

Bueno, e não é por acaso que o futuro esteja praticamente na mão da empresas de mídia, visto que hoje em dia a produção de informação é o xodó do planeta. Logo, aquilo que é a coisa mais importante para um povo, o conhecimento das coisas da vida, ficará entregue a sanha do capital. Aos trabalhadores restará a opção democrática: aceitar ou cair fora. Não precisa ser vidente para prever o futuro: profissionais capacitados serão substituídos por quem aceitar submeter-se a salários menores. Será o “lindo” mundo habermasiano do consenso. A livre negociação entre empresários e trabalhadores. O tubarão dialogando com a sardinha.


Alternativas

Quem acompanha a vida cotidiana dos jornalistas nos locais de trabalho sabe que as coisas vão piorar muito. Até agora ainda havia um mínimo de regulação, uma pequena fatia de direitos com a qual o sindicato podia mover-se. Era possível fazer a luta através da Justiça ou da delegacia do trabalho. Havia um amparo mínimo. Agora não há mais. Os trabalhadores estão entregues a sua sorte, porque até que se crie uma nova lei com algum tipo de regulamentação a vida seguirá seu curso inexorável.

Mas, como dizem os cubanos – acostumados a bloqueios e vicissitudes – às vezes o horror pode servir para o passo adiante. Nos últimos tempos estávamos entregues a um trabalho sindical burocratizado, limitado às ações na Justiça. Havia uma apatia dos trabalhadores frente às lutas, uma espécie de “deixa que o sindicato resolva”. E os sindicatos, esvaziados de vida, iam arrastando-se, ganhando uma coisinha aqui e outra ali, amansando o monstro.

Agora estamos no chão. Os empresários ganharam esta batalha. Desregulamentados totalmente, estamos entregues aos desejos dos patrões. Sem medidas compensatórias via Justiça só cabe uma ação: a luta mesma, renhida e dura. Voltarmos aos tempos em que os trabalhadores se reuniam nos sindicatos para conspirar e organizar batalhas contra o capital. Então, é chegada a hora. De volta às ruas, de volta à organização, de volta a vida! Foi só uma batalha…Outras virão.

Por isso, agora, estamos num momento de viragem. Ou inventamos ou morremos, como dizia Simón Rodrigues. Para novas liras, novas canções. Nada de soluções atrasadas como a do Conselho Federal de Jornalismo que só engessa e institucionaliza a luta. Nada temos a perder, apenas nossos corpos nus, como dizia Marcos Faermann. Só os trabalhadores unidos e organizados podem mudar o seu destino. Por isso, vamos à luta. Refazer os mapas, reorientar rumos, mas organizados no sindicato.
Os patrões talvez não tenham se dado conta, mas ao nos tirarem tudo podem estar criando “cuervos”. Nada mais perigoso que um homem sem esperança!

Elaine Tavares é jornalista.




A falta de iniciativa do Oriente Médio

14 06 2009

Leia o artigo do escritos Thomas L. Friedman na íntegra aqui, que também foi traduzido e inserido no jornal impresso do Estado de São Paulo.

Obama on Obama: a análise dos fatos

O artigo do escritor Thomas L. Friedman, que escreve no The New York Times, aborda o assunto sobre a visita do presidente norte-americano Barack Obama no Oriente Médio. O assunto se inicia com uma joke sobre um judeu que quer ganhar na loteria, mas não compra o bilhete. Esta, sem dúvidas, é uma metáfora do que acontece na realidade da região.

Em conversa com o Obama, ele explica sobre sua visita ao Cairo, capital do Egito, na qual pretende estabelecer uma posição para a diplomacia americana em relação aos países árabes. Os governantes desses paises tem que dar um passo à frente, que tomem iniciativa para realmente ajudar a população, resolver seus problemas e agir às claras, sem dizer uma coisa em público e proceder de outra forma em portas fechadas.

Em relação à questão da palestina, Obama diz que “há muitos países árabes que temem mais o Irã do que Israel”, pelo país estar desenvolvendo armas nucleares. Israel, além de não produzir nenhum benefício para seu povo, não adotou uma autoridade moral. Muito dos países árabes só usaram a demagogia na questão palestina, mas nenhuma se propôs disponibilizar verba para ajudar de fato.

Obama esclareceu que mesmo com a mensagem anti-americanismo do Irã, irá citar o combate ao terrorismo, implicando em mudar a mentalidade e os corações das pessoas por meio da verdade e do diálogo. Apesar de não puderem implicar uma mudança, os Estados Unidos estão dispostos à trabalhar em conjunto com seus líderes e receber o apoio de seu povo.

O pensamento anti americano entrou na cabeça da população do Oriente Médio, porém o conhecimento de Barack Obama pode gerar uma confusão na mente deles. O presidente fala como se conhecesse o povo, é parecido com eles e tem um nome semelhante muçulmano, mas é o líder dos líderes que prega a liberdade; na qual o povo não chega nem perto dela. Paira, então, uma dúvida que pode desconcertar a população oriental e não se sabe como isso vai terminar. DBR